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Língua Inglesa
Inglês (english) é uma língua germânica ocidental que surgiu nos reinos anglo-saxônicos da Inglaterra e se espalhou para o que viria a se tornar o sudeste daEscócia, sob a influência do reino anglo medieval da Nortúmbria. Após séculos de extensa influência da Grã-Bretanha e do Reino Unido desde o século XVIII, através doImpério Britânico, e dos Estados Unidos desde meados do século XX,[5][6][7][8] o inglês tem sido amplamente disperso em todo o planeta, tornando-se a principal língua do discurso internacional e uma língua franca em muitas regiões.[9][10] O idioma é amplamente aprendido como uma segunda língua e usado como língua oficial da União Europeia e de muitos países da Commonwealth, bem como de muitas outras organizações mundiais. É o terceiro idioma mais falado em todo o mundo como primeira língua, depois do mandarim e do espanhol.[11] É a língua mais falada em todo o mundo.[12]
Historicamente, o inglês originou-se da fusão de línguas e dialetos, agora coletivamente denominados inglês antigo, que foram trazidos para a costa leste daGrã-Bretanha por povos germânicos (anglo-saxões) no século V, sendo a palavraenglish derivada do nome dos anglos e, finalmente, de sua região ancestral de Angeln (no que é agora Schleswig-Holstein).[13] Um número significativo de palavras em inglês são construídos com base nas raízes do latim, visto que esse idioma foi, de alguma forma, a língua franca da Igreja Cristã e da vida intelectual europeia.[14] O inglês foi mais influenciado pela língua nórdica antiga, devido a invasões vikings nos séculos VIII e IX.
A conquista normanda da Inglaterra no século XI deu origem a fortes empréstimos dofranco-normando e as convenções de vocabulário e ortografia começaram a dar a aparência superficial de uma estreita relação do inglês com as línguas românicas,[15][16] o que agora é chamado de inglês médio. A Grande Mudança Vocálica, que começou no sul da Inglaterra no século XV é um dos eventos históricos que marcam o surgimento do inglês moderno a partir do inglês médio.
Devido à assimilação das palavras de muitos outros idiomas ao longo da história moderna, o inglês contém um vocabulário muito grande. O inglês moderno não só assimilou palavras de outras línguas europeias, mas também de todo o mundo, incluindo palavras do hindi e de origem africana. O Oxford English Dictionary lista mais de 250.000 palavras distintas no idioma, não incluindo muitos termos técnicos, científicos ou gírias.[17][18]
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História
O inglês é uma língua germânica ocidental que se originou a partir dos dialetos anglo-frísio e saxão antigotrazidos para a Grã-Bretanha por colonos germânicos de várias partes do que é hoje o noroeste daAlemanha, Dinamarca e Países Baixos.[19] Até essa época, a população nativa da Bretanha Romanafalava língua celta britânica junto com a influência acroletal do latim, desde a ocupação romana de 400 anos.[20]
Uma das tribos germânicas que chegaram à Grã-Bretanha eram os anglos,[21] que Beda acreditava terem mudado completamente a Bretanha.[22] Os nomes england (de Engla land[23] ou "terra dos anglos") eenglish (do inglês antigo englisc[24]) são derivados do nome dessa tribo; no entanto saxões, jutos e uma variedade de povos germânicos a partir das costas da Frísia, Baixa Saxônia, Suécia e Jutlândia do Sultambém se mudaram para a Grã-Bretanha nesta época.[25][26][27]
Inicialmente, o inglês antigo era um grupo diverso de dialetos, o que reflete as origens variadas dos reinos anglo-saxões da Grã-Bretanha,[28] mas um desses dialetos, o saxão ocidental, eventualmente passou a dominar e é neste que o poema Beowulf foi escrito.
O inglês antigo mais tarde foi transformado por duas ondas de invasões. O primeiro foi por falantes do ramo linguístico germânico setentrional, quando Halfdan Ragnarsson e Ivar Ragnarsson começaram a conquista e a colonização do norte das Ilhas Britânicas, nos séculos VIII e IX (ver Danelaw). A segunda foi por falantes do normando antigo, uma língua românica, no século XI com a conquista normanda da Inglaterra. O normando desenvolveu-se para anglo-normando e depois para anglo-francês, quando introduziu uma nova gama de palavras, especialmente através dos tribunais e do governo. Além do alargamento do léxico com palavras escandinavas e normandas, estes dois eventos também simplificaram a gramática e transformaram o inglês em uma linguagem de empréstimo, mais aberta para aceitar novas palavras de outras línguas.
As mudanças linguísticas no inglês após a invasão normanda produziu o que é agora conhecido como inglês médio, sendo The Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer, a obra mais conhecida.
Durante todo este período o latim, de alguma forma, era a língua franca da vida intelectual europeia, em primeiro lugar o latim medieval daIgreja Cristã, mas depois o latim humanista da Renascença e aqueles que escreveram ou copiou textos em latim[14] comumente cunharam novos termos do idioma para se referir a coisas ou conceitos para os quais não havia nenhuma palavra nativa existente no inglês.
O inglês moderno, que inclui as obras de William Shakespeare[29] e a Bíblia King James, é geralmente datado de cerca de 1550, e quando oReino Unido se tornou uma potência colonial, o idioma serviu como língua franca das colônias do Império Britânico. No período pós-colonial, algumas das nações recém-criadas que tinham várias línguas nativas optaram por continuar a usar o inglês como língua franca para evitar as dificuldades políticas inerentes à promoção de qualquer língua própria acima das outras. Como resultado do crescimento do Império Britânico, o inglês foi adotado na América do Norte, Índia, África, Austrália e em muitas outras regiões, uma tendência alargada com o surgimento dos Estados Unidos como uma superpotência em meados do século XX.
Distribuição geográfica
Cerca de 375 milhões de pessoas falam inglês como sua primeira língua.[30] O inglês hoje é provavelmente a terceira maior língua em número de falantes nativos, depois do chinês mandarime do espanhol.[11][31] No entanto, quando se combina nativos e não nativos é provavelmente a língua mais falada no mundo, embora eventualmente a segunda, ficando atrás de uma combinação dos idiomas chineses (dependendo ou não das distinções esses idiomas são classificados como "línguas" ou "dialetos").[32][33]
As estimativas que incluem falantes do inglês como segunda língua variam entre 470 milhões a mais de um bilhão, dependendo de como a alfabetização ou o domínio é definido e medido.[34][35]O professor de Linguística David Crystal calcula que os não-falantes já superam o número de falantes nativos em uma proporção de 3-1.[36]
Os países com maior população de falantes nativos de Inglês são, em ordem decrescente: Estados Unidos (215 milhões),[37] Reino Unido (61 milhões),[38] Canadá (18,2 milhões),[39]Austrália (15,5 milhões),[40] Nigéria (4 milhões),[41] Irlanda (3,8 milhões),[38] África do Sul (3,7 milhões),[42] e Nova Zelândia (3,6 milhões), conforme censo de 2006.[43]
Países como as Filipinas, Jamaica e Nigéria também têm milhões de falantes nativos de dialetos contínuos que vão do crioulo de base inglesa a versão mais padrão do inglês. Dessas nações onde o inglês é falado como segunda língua, a Índia tem o maior número de falantes (inglês indiano). Crystal afirma que, combinando os falantes nativos e não nativos, a Índia agora tem mais pessoas que falam ou entendem o inglês do que qualquer outro país do mundo.[44][45]
Alfabeto inglês
O inglês é escrito no alfabeto latino, sem nenhum carácter especial. Há aparentes exceções em palavras que mantém a grafia estrangeira, como naïve, Noël e fête. Os nomes das letras são os seguintes:
A | B | C | D | E | F | G | H | I | J | K | L | M | |
nome | a | bee | cee | dee | e | ef | gee | aitch | i | jay | kay | el | em |
pronúncia (IPA) | /eɪ/ | /bi/ | /siː/ | /diː/ | /iː/ | /εf/ | /dʒi/ | /eɪtʃ/ | /aɪ/ | /dʒeɪ/ | /keɪ/ | /εɫ/ | /εm/ |
N | O | P | Q | R | S | T | U | V | W | X | Y | Z | |
nome | en | o | pee | cue | ar | ess | tee | u | vee | double-u | ex | wye | zee (EUA) ou zed (R.U.) |
pronúncia (IPA) | /ɛn/ | /oʊ/ | /piː/ | /kjuː/ | /ɑr/ | /ɛs/ | /tiː/ | /juː/ | /viː/ | /ˈdʌbəɫ juː/ | /ɛks/ | /waɪ/ | /ziː/ ou /zed/ |
Fonologia
Vogais
AFI | Descrição | exemplo |
---|---|---|
monotongos | ||
i/iː | alta, anterior, não-arredondada | bead |
ɪ | média alta, central anterior, não-arredondada | bid |
ɛ | média baixa, anterior, não-arredondada | bed |
æ | média baixa, anterior, não-arredondada | bad |
ɒ | baixa, posterior, arredondada | box[cm 1] |
ɔ/ɑ | média baixa, posterior, arredondada | pawed[cm 2] |
ɑ/ɑː | baixa, posterior, não-arredondada | bra |
ʊ | média alta, central posterior | good |
u/uː | alta, posterior, arredondada | booed[cm 3] |
ʌ/ɐ/ɘ | média baixa, posterior, não-arredondada; média baixa, central | bud |
ɜː ou ɝ |
média baixa, central, não-arredondada ou retroflexa |
bird[cm 4] |
ə | média baixa, posterior, não-arredondada | Rosa's[cm 5] |
ɨ | alta, central, não-arredondada | roses[cm 6] |
Ditongos | ||
e(ɪ)/eɪ |
média alta, anterior, não-arredondada alta, anterior não-arredondada |
bayed[cm 7] |
o(ʊ)/əʊ |
média alta, posterior, arredondada média alta, central posterior |
bode[cm 7] |
aɪ |
baixa, anterior, não-arredondada média alta, central anterior, não-arredondada |
cry |
aʊ |
baixa, anterior, não-arredondada média alta, central posterior |
bough |
ɔɪ |
média baixa, posterior, arredondada alta, anterior, não-arredondada |
boy |
ʊɚ/ʊə |
média alta, central posterior média baixa, posterior, não arredondada |
boor[cm 8] |
ɛɚ/ɛə/eɚ |
média baixa, anterior, não-arredondada média baixa, posterior, não arredondada |
fair[cm 9] |
- Notas
- ↑ O inglês norte-americano não tem este som; palavras com este som são pronunciadas com /ɑ/ ou /ɔ/
- ↑ Alguns dialetos norte americanos não têm esta vogal
- ↑ A letra U pode representar tanto /u/ quanto /ju/. Na pronúncia inglesa, se /ju/ ocorrem após /t/, /d/, /s/ ou /z/, isso normalmente provoca palatização e tais consoantes tornam-se, respectivamente, /ʨ/, /ʥ/, /ɕ/ e /ʑ/, como em tune, during, sugar, e azure. No inglês norte-americano, a palatização não acontece normalmente, a não se que /ju/ seja seguido de r, resultando que /(t, d,s, z) jur/tornem-se, respectivamente, /tʃɚ/, /dʒɚ/, /ʃɚ/ and /ʒɚ/, como em nature, verdure, sure, e treasure
- ↑ A variante norte-americana deste som é uma vogal matizada de r
- ↑ Muitos falantes do inglês norte-americano não distinguem entre estas duas vogais átonas. Pronunciam roses e Rosa's do mesmo jeito e o símbolo usado é este: /ə/
- ↑ Este som é comumente transcrito /i/ ou /ɪ/
- ↑ a b Os ditongos /eɪ/ e /oʊ/ são monotongalizados por muitos falantes do inglês padrão norte-americano, respectivamente, em: /eː/ e/oː/
- ↑ Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, este som seria /ʊə/, /ɔ:/
- ↑ Este som apenas aparece em sotaques em que não há vogais matizadas de r. Em alguns sotaques, o /ə/ é suprimido, ficando uma vogal longa /ɛ:/
Consoantes
Este é o sistema de consoantes da língua inglesa, transcritos com os símbolos do Alfabeto Fonético Internacional (AFI).
Bilabiais |
Labio- dentais |
Dentais | Alveolares |
Palato- alveolares |
Palatais | Velares |
Labio- velares |
Glotal | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Nasais | m | n | ŋ[cn 1] | ||||||
Plosivas | p b | t d | k ɡ | ||||||
Africadas | tʃ dʒ[cn 2] | ||||||||
Fricativas | f v | θ ð[cn 3] | s z | ʃ ʒ[cn 2] | ç[cn 4] | x[cn 5] | h | ||
Vibrante simples | ɾ[cn 6] | ||||||||
Aproximantes | ɹ[cn 2] | j | ʍ w[cn 7] | ||||||
Lateral | l |
- Notas
- ↑ A nasal velar [ŋ] é um alofone de /n/ em alguns sotaques do norte da Grã-bretanha, aparecendo apenas antes de /k/ e /g/. Em todos os outros dialetos, é um fonema separado, embora apareça apenas em fim de sílaba.
- ↑ a b c Os sons /ʃ/, /ʒ/, e /ɹ/ são labializados em alguns dialetos. A labialização nunca é contrastiva na posição inicial e, consequentemente, não é transcrita. A maioria dos falantes do inglês estadunidense e canadense pronuncia "r" (sempre rotizado) como /ɻ/, enquanto que o mesmo é pronunciado no inglês escocês e outros dialetos como vibrante múltipla alveolar.
- ↑ Em alguns dialetos, como o cockney, as interdentais /θ/ e /ð/ são usualmente misturadas com /f/ e /v/, e em outros, como o inglês vernáculo afro-americano, /ð/ é misturado com a dental /d/. Em algumas variedades irlandesas, /θ/ e /ð/ tornam-se as plosivas dentais correspondentes, que então contrastam com as plosivas alveolares.
- ↑ A fricativa palatal surda /ç/ é, na maioria dos sotaques, apenas um alofone de /h/ antes de /j/; por exemplo human /çjuːmən/. Contudo, em alguns sotaques (veja isto), o /j/ desaparece, mas a consoante inicial é a mesma.
- ↑ A fricativa velar surda /x/ é usada por falantes escoceses e galeses em palavras como loch /lɒx/ ou por alguns falantes em palavras emprestadas do alemão ou hebraico, como Bach /bax/ ou Chanukah /xanuka/. /x/ também ocorre no inglês sul-africano. Em alguns dialetos como o scouse (de Liverpool) tanto [x] quanto a africada [kx] podem ser usadas como alofones de /k/ em palavras comodocker [dɒkxə]. A maioria dos falantes nativos tem grande dificuldade para pronunciar esse fonema corretamente quando aprendem outras línguas. A maioria usa os sons [k] e [h] no lugar.
- ↑ A vibrante simples alveolar [ɾ] é um alofone de /t/ e /d/ em sílabas átonas no inglês estadunidense, no canadense e noaustraliano.[46] Esse é o som das letras tt e dd nas palavras latter e ladder, que são homófonas para muitos falantes do inglês na América do Norte. Em alguns sotaques, como o inglês escocês e o indiano, ele substitui /ɹ/. É o mesmo som representado por um rsimples do português.
- ↑ O w surdo [ʍ] é encontrado no inglês da Escócia e da Irlanda e em algumas variedades da Nova Zelândia, dos Estados Unidos e da Inglaterra. Na maioria dos outros dialetos, ele é misturado com /w/, e, em alguns dialetos escoceses, com /f/.
Gramática
A língua inglesa possui um sistema de inflexão muito simples, se comparado com a maioria das línguas indo-europeias. Não tem gênero gramatical, pois os adjetivos são invariáveis. Há entretanto, resquícios de flexão casual (o genitivo saxônico e pronomes oblíquos).
Os verbos regulares têm apenas 6 formas distintas, duas das quais não se usam mais.
- Ex: love (forma básica), lovest (2ª pessoa singular do presente do indicativo ativo - obsoleta), loves ou loveth (3ª pessoa singular do presente do indicativo ativo - a segunda é obsoleta), loved (particípio passado e todas as pessoas menos a segunda singular do pretérito simples ativo), lovedst (2ª pessoa singular do pretérito simples ativo - obsoleta) e loving (particípio presente e gerúndio).
Não há formas passivas sintéticas, mas apenas três modos: indicativo, imperativo e subjuntivo, este raramente usado.
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